
Caso Nardoni, Ronaldinho e travestis, Big Brother Brasil, e inúmeras notícias com pouca utilidade, bombardeiam nossas vidas. Basta ligar a televisão ou acessar algum portal de notícias, e elas, as fúteis notícias, vão explodir na sua cara. Com sensacionalismo e muita comoção, vamos todos prestar atenção arduamente e nos levar para dentro dessas intermináveis novelas fictícias. Sim! Fictícias... O que fazem as mídias de massa são ficções. Primeiramente, porque é impossível saber o que realmente aconteceu nestes casos, e as “grandes” mídias nos fazem o favor de julgar previamente, e com mais convicção que o próprio tribunal.
Deve ser imperceptível aos olhos da grande massa brasileira que centenas de pessoas, principalmente crianças, morrem diariamente no Brasil vítimas da fome, da violência, do descaso público, da injustiça social? Não é possível julgar qual crime ou qual brutalidade é mais cruel: uma criança que morre assolada pela fome no sertão, ou um pai de família que é assaltado, ou uma criança que é jogada pela janela de um prédio. Crimes bárbaros acontecem todos os dias, mas nos assombramos somente com aquilo que a mídia nos mostra como grave. Perdemos a capacidade de separar trigo do joio, de saber o que é e o que não, a imprensa faz isso para nós, ao seu gosto, é claro!
E o jogador de futebol que se envolve com homossexuais? Não somos livres? Só porque se trata de um craque do futebol e milionário, ele não pode mais ter seu momento de lazer? Onde ficam nossos direitos de ir e vir? Mais uma vez, a mídia nos conta o que é “importante” e o que não deve ser comentado... E, mais uma vez, lógico, a seu gosto! Isso tudo faz parte de uma engrenagem milionária que cria um sensacionalismo para nos prender e faturar alguns milhõezinhos. A essência humana é entregue às peculiaridades do capitalismo selvagem, inclusive a sua.